14 de junho de 2007

Ensino superior: alunos de Coimbra protestam em São Bento contra novo regime jurídico das instituições

Entre 30 e 40 estudantes da Universidade de Coimbra estão desde as 07h00 de hoje à porta da residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, em protesto contra a aprovação do novo regime jurídico das instituições do ensino superior.

O novo regime jurídico deverá ser hoje discutido em Conselho de Ministros, que se realiza na residência oficial de José Sócrates.

Os alunos esperavam inicialmente acampar durante a noite em frente à residência oficial do primeiro-ministro, mas o mau tempo fez com que tivessem de procurar abrigo nos autocarros.

O vice-presidente da Associação Académica de Coimbra, João Pita, disse à agência Lusa que os alunods estão à porta da residência oficial "acompanhados por uma carrinha do Grupo de Intervenção da PSP e por mais cinco carros da polícia".

"É uma acção desproporcionada por parte da polícia", disse João Pita.

Os estudantes de Coimbra pretendem mostrar que, apesar de estarem em época de exames, "estão atentos" às políticas do Governo para o sector universitário.

A iniciativa de hoje "é simbólica" e pretende ainda mostrar "a oportunidade" dos estudantes no dia em que o novo regime jurídico das instituições do ensino superior é discutido.

João Pita adiantou que os estudantes vão tentar entregar uma carta aos governantes, à entrada do Conselho de Ministros.

Na carta, enviada à agência Lusa, dirigida ao "Exmo. Sr. primeiro-ministro de Portugal Eng. Técnico José Sócrates", os estudantes dizem que uma "reforma do ensino superior português deve ser feita de forma responsável e série, nunca de forma atabalhoada e descuidada".

A Associação Académica de Coimbra critica "a privatização do ensino superior público" em defesa da autonomia das universidades, da "diversidade das instituições do ensino superior" e da melhoria da acção social.

A associação rejeita a nomeação dos reitores, que deixam de ser eleitos por alunos, professores e funcionários de cada instituição; a "ingerência do Estado" na gestão das universidades; e a possibilidade de estas serem transformadas em fundações de direito privado.

(fonte: jornal Público)

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